Angola debate-se com um problema grave, a postura e o desempenho de duas das suas actuais actividades cruciais, económica e financeira, estão por demais dependentes das receitas do petróleo.
É preciso a todo o custo investir para diversificar e, subsequentemente, exportar mais, muito mais. Por enquanto, no entanto, o que mais exportamos é publicidade balofa sobre o nosso insustentável crescimento económico e, “last, not the least”, a promoção internacional da “Bajulação Made in Angola”.
Vamos dar dois exemplozinhos. O primeiro foi-nos inspirado por Reginaldo Silva que, no seu mural do Facebook, alude ao proliferar de piropos ao governo feitos por estrangeiros que mal sabem aonde chegaram quando visitam Angola.
Na TPA, sempre na linha da frente nesse terreno (da bajulação), foram feitas esta semana algumas declarações sobre o suposto bom desempenho do nosso sistema de Saúde, “ao ponto de um deles (estrangeiro) ter afirmado que o seu país devia ter inveja da prestação de Angola neste domínio”.
Lancinante!, este piropo provoca dor quando nos rimos dele, pois acabámos de saber que somos campeões do mundo no que toca à mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade.
Infelizmente não estamos a brincar: Angola é o país do mundo onde morrem mais crianças antes de atingirem os 5 anos!